quinta-feira, 31 de março de 2011

Muito além do que se pode ver

Artigo: A Imagem Sensível, de Eric Messa.

Sensível é tudo aquilo que toca antes mesmo de ser compreendido, que chama a atenção para algo que vem adiante, algo que não tenha sofrido nenhuma influência de análise posterior aquele instante da experiência. O aspecto estético é o sensível, é o que nos toca e que chama a atenção para algo que vem depois.
Quando falamos em Primeiridade, nos referimos a parte sensível, ou seja, as sensações que algo nos causa em um primeiro instante em que entramos em contato com determinado objeto, pessoal, foto e etc. Aqui, não há um reconhecimento daquilo que se vê, o que acontece, é apenas uma contemplação daquilo que se observa. São idéias, novidades, vida, liberdade. É todo aspecto que se possa vivenciar.

Em seguida, passa-se para a Secundidade que visa coletar a inscidência de determinado aspecto, ou seja, o observador começa a refletir sobre aquilo que observa e passa a buscar no repertório existente em sua mente algo com que possa comparar,  identificar e classificar o objeto. Pode-se dizer que é o essa etapa é a reflexão do processo.

Por fim, chega- se a Terceiridade. É o momento da representação que o individuo fará.

A Publicidade trabalha quase que completamente apenas com imagens, pois é partir delas que os produtos serão desejados, vistos, consumidos. Algumas campanhas publicitárias funcionam como uma imagem sensível pura, alimentada por clichês. Por exemplo, ao ver um outdoor com uma bela modelo usando lingerie, antes de adquirir qualquer conhecimento sobre essa campanha, já é possivel ter sensações de que se trata de algo sensual, sexual, que mexe com os instintos dos homens e com o desejo das mulheres de adquirir aquelas peças. Mais pra frente, pode-se dizer que se trata de uma campanha da Victoria's Secret.



O grande desafio é como utilizar o aspecto estético e sensível para expressar a gama de outras características que, envolvidas no objeto, estimulam o conhecimento. A resposta é o uso da imagem aplicada em Hipermídia.

Em um primeiro momento, a imagem emite ao observador uma idéia de velocidade e rapidez.
 Ao mesmo tempo, o efeito das luzes dos carros prendem a atenção do observador por tornar a
 imagem bonita e diferenciada através do brilho que elas produzem.

Imagens hipermidiaticas são amplas, criadas para evidenciar o aspecto sensível mas não são exclusivas do âmbito artístico, pois são imagens que possuem valor participativo na formação do conhecimento. Essas imagens vão oferecer recursos adicionais à imagem para potencializar a sua expressividade de seus aspectos sensíveis. Os recursos podem ser animação gráfica, áudio ou até mesmo texto. Não é uma imagem simples, mas com recursos adicionais. Pode ser chamada de Hiperimagem. A imagem não se supervaloriza, mas contribuiu mutuamente para as matrizes de linguagem diferentes. Existem inúmeras representações que o sujeito possa fazer sobre a sua experiência a partir do conteúdo ou conceito daquela imagem, já que tudo depende de seu repertório cultural.

Uma campanha publicitária que pode se considerar inserida dentro do espaço hipermidiático é a do carro mini-cooper. Além de toda uma campanha fotográfica vinculada em jornais, revistas e outdoors, a campanha utiliza ferramentas que vão além de uma imagem, pois vai trabalhar os cinco sentidos do consumidor: a visão que é a mais comum de todas, audição que é instigada pela "música" produzida pelo motor, especialmente desenvolvida para o arranque do Mini-cooper, o tato que é o toque de um dos carros mais desejados do mundo, o olfato que é explorado através de uma essência de melancia criada especialmente para representar o automóvel e o paladar, pois quando um cliente compra um Mini-cooper, ele é presentado com um jantar em uma lista de restaurantes. Todas essas são ferramentas extras que trabalham novos sentidos para a publicidade.




Pode se afirmar que a utilização da imagem além de uma ilustração evidencia a capacidade que seus recursos extras da hipermídia têm para contribuir com o processo do conhecimento e sua gama infinita de expressar aspectos sensíveis múltiplos. A superimagem é capaz de construir diferentes conceitos teóricos.

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